Há muitos materiais da peça O Susto é Um Mundo (2021) que ficaram por explorar e aprofundar, pontas soltas que não se chegaram a agarrar por falta de tempo ou por não encontrarem o seu lugar no trabalho. N’O Susto, o escadote surgiu porque Vera Mantero, João Bento e Henrique Furtado queriam, simbolicamente falando, tocar nos pés dos Deuses, mas aconteceu que o escadote aparece brevemente apenas no início dessa peça e depois é remetido literalmente para um canto, e por isso essa (grande) aspiração nunca chegou a ser concretizada. Aqui tentaram ver como seria tocar nos pés dos Deuses. E segurar o céu que está a cair, como todos sabemos. Um sexteto de 3 escadotes e 3 corpos nus, propõe um outro lugar cosmológico, onde se transfere a ideia de um chão para cima. Vão aparecendo figuras míticas e intermediárias entre o cima e o baixo, que fazem acções-tarefas-danças-sons numa sequência de insólitas relações entre opostos.
Podcast Pedra Dura
A abrir a segunda temporada do podcast 'Podemos tratar-nos por tu?', Vera Mantero, Henrique Furtado Vieira e João Bento são convocados a falar, antes de dançar. À conversa com Tiago Mansilha, partilham peripécias sobre o processo criativo de __chãocéu|.
Ouvir, aqui.
cocriação e Interpretação
Vera Mantero, Henrique Furtado Vieira, João Bento
som
João Bento
operação técnica de som
Rodrigo Martins
desenho de Luz
cocriação de Hugo Coelho e Miguel Cruz
produção
O Rumo do Fumo
coprodução
Teatro José Lúcio da Silva
produção executiva e difusão
João Albano / O Rumo do Fumo
residências artísticas
Centro Musibéria, DeVIR CAPa, La Caldera - Barcelona
O Rumo do Fumo é uma estrutura financiada por República Portuguesa | Cultura/ Direcção Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa
duração 55 min.
M/12
Nota: o espetáculo contem nudez.
Vera Mantero estudou dança clássica com Anna Mascolo e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Tornou-se um dos nomes centrais da Nova Dança Portuguesa, tendo iniciado a sua carreira coreográfica em 1987 e mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Uruguai, Brasil, Chile, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singapura. O seu trabalho artístico tem sido amplamente reconhecido, tendo recebido o Prémio Almada do Ministério da Cultura (2002) e o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete (2009).
Henrique Furtado Vieira Formado em engenharia de energia e meio ambiente, atualmente bailarino, performer e coreógrafo, Henrique Furtado Vieira vive em Lisboa. Efetuou a sua formação artística em várias instituições francesas (INSA de Lyon, Extensions – CDC de Toulouse, Prototype II e Dialogues III – Abadia de Royaumont). Desenvolve a sua prática artística principalmente entre a criação coreográfica e a colaboração como intérprete com vários artistas tais como Bleuène Madelaine, Eric Languet, Aurélien Richard, Céline Cartillier, Tino Sehgal, Salomé Lamas, André Uerba, Sofia Dias & Vítor Roriz, Ana Renata Polónia e Vera Mantero.
João Bento licenciado em Artes Plásticas pela ESAD. Desde 2004 compõe som para performances, dança, filmes experimentais, peças de teatro e live acts. O seu trabalho articula instrumentos analógicos e objetos sonoros, usados num contexto multidisciplinar. Em formação e pesquisa desenvolveu técnicas de música improvisada com o músico Greeg Moore, Theremin com Pamilia Kurstin, som para cinema com Vasco Pimentel e técnicas de composição em tempo real com João Fiadeiro na RE.AL. Os seus projectos pessoais e em colaboração foram apresentados em Portugal, Espanha, França, México, Bélgica, Alemanha, Índia e Bangladesh.