Imaginemos sombras que se movem à velocidade do pensamento, criando uma sinfonia visual de fluidez e precisão. Corpos que jogam com a luz e a escuridão, transformam a matéria em manchas que se movem num ecrã.
Desenhado para as novas gerações, este ciclo de VídeoDança incentiva estudantes do ensino básico a perspetivarem o seu próprio corpo como instrumento de expressão e criatividade. O espírito crítico será ainda aguçado ao ser-lhes atribuído o papel de juradas e jurados de uma competição internacional de vídeo-dança. O filme que receber mais votos de estudantes ao longo destas 4 sessões para escolas do concelho de Lagos receberá um prémio. Os filmes a apresentar são:
— ENCYCLIA, de Khaldoun Khireddine (ALG);
"Quanto maior o sentimento de inferioridade vivido, mais poderoso é o desejo de conquista e mais violenta a agitação emocional." -Alfred Adler
ENCYCLIA é uma reflexão em torno do dual humano entre o seu sentimento de inferioridade e seu sentimento de superioridade. O humano pede ao seu interior que responda pelo seu exterior.
— FIELD OF ACTIONS, de Anastasiia Liubimova (RUS)
Há um corpo numa sala vazia. Este espaço fechado é o mundo inteiro para ele - um mundo infinito e ilimitado. A pulsação eletrizante do espaço, onde o corpo está exposto, não permite que o corpo fique parado. O corpo desenvolve-se quando começa a mover-se, ficando encerrado nesse movimento. O corpo espera algo do espaço e de si mesmo; deseja afirmar seus próprios limites. A sensação física da própria fragilidade faz com que resista ao ambiente e preencha o espaço com ousadia. O corpo reside dentro de estruturas artificiais. O espaço representa a nossa interação física com o meio ambiente – a interação entre nós e o mundo.
— CAPINERA, de Virginia Falascone (ITA);
O meu filme de animação "Capinera" é inspirado na canção folclórica italiana homónima. Uma história contada através da dança sobre amor, controlo e liberdade.
— FOLDS OF WIND, de Samir T. Radwan (EGI);
Uma viagem transformadora que exprime o processo de navegação de emoções espelhado na formação e remodelação de aglomerados de areia branca no deserto.
— THE COW: PROLOGUE, de Jonathan Michel Alzaga (MEX);
Quatro seres, protetores da natureza e intermediários entre o mundo natural e o humano, dançam os quatro elementos: terra, vento, fogo e água. Lutam para se reconhecerem neles, desnudam os seus rostos humanos e celebram o seu encontro para relembrar o nosso vínculo com a natureza, representada por uma árvore neste lugar onírico chamado A Vaca. Inspirado no livro Assim falou Zaratustra de Nietzsche.
— HISTERESIS, de Robert Seidel (GER);
HYSTERESIS tece intimamente uma teia transformadora entre as projecções dos desenhos abstratos de Robert Seidels e a vigorosa coreografia da performer queer Tsuki. Utilizando a inteligência artificial a para mediar reapresentações desfasadas, o filme corrompe intencionalmente as estratégias da IA para revelar uma linguagem visual frenética, delicada e extravagante, neste momento da história.
— THE COSMIC PILLAR, de Uri Duvdevani (ISR).
“O significado da escultura emana da sua mera presença”, declarou o escultor Yehiel Shemi. Inspirado nesta noção, o filme explora a interação entre o corpo humano e a escultura. Através de ações expressivas, dança e técnicas de edição dinâmica, levanta questões instigantes: como é que o sentido ganha vida dentro de um corpo vivo? E de que forma a sua presença diverge da de uma escultura?