Em Um gesto que não passa de uma ameaça a palavra é assumida como um corpo que se sujeita às mesmas lógicas de composição do movimento. Considerar uma palavra enquanto corpo é lidar com toda a sua potência, é ter em conta não só o seu significado como também a sua plasticidade sonora e a sua relação com a voz, a respiração, o ritmo e a musicalidade. Como quando repetimos exaustivamente uma palavra até ela parecer outra, neste trabalho parte-se em busca desses momentos de perda, de transformação e de recuperação de sentido, indo ao encontro do modo, por vezes, caótico como a nossa mente associa eventos. Um gesto que não passa de uma ameaça é uma peça-itinerário por entre palavras contraditórias, contextos sem correspondência, línguas diferentes ou mesmo inexistentes, construído a partir de ligações ténues e subtis de sons, movimentos, respirações e fonemas.
Programa 'Podemos tratar-nos por tu?'
Após o espetáculo, haverá uma conversa entre público e artistas.
acompanhamento Tiago Mansilha
direção, texto e interpretação
Sofia Dias & Vítor Roriz
som
Sofia Dias
colaboração artística
Catarina Dias (imagens em cena)
direção técnica e iluminação
Nuno Borda de Água
figurinos
Lara Torres
coprodução
Box Nova/Centro Cultural de Belém, O Espaço do Tempo, Companhia de Dança Contemporânea de Évora
parceiros
Alkantara, Associação Cultural Companhia
Clara Andermatt, O Rumo do Fumo, O Negócio/ZDB, Bains Connective
Sofia Dias & Vítor Roriz é uma estrutura financiada pela República Portuguesa - Cultura I DGARTES – Direção-Geral das Artes.
duração
40 min.
M/12
Sofia Dias e Vítor Roriz (Londres, 1983 e Porto, 1980) são coreógrafas/os e bailarinas/os a colaborar desde 2006 na pesquisa e concepção de vários projectos de dança e performance apresentados em mais de 17 países. Tendo por base o movimento e o gesto, Sofia e Vítor têm alargado a sua
pesquisa à natureza dúctil da palavra dita, cantada e escrita, cruzando diferentes formatos de apresentação, numa tentativa de questionamento dos limites da linguagem e da representação.